domingo, 21 de novembro de 2010

...

Eu não quero ficar bem longe de você porque não existem cores, não existem vidas que valem a pena, não existe nada. Eu não sinto vontade de sorrir, de dar gargalhadas. Porque todas elas eram pra você, todas as flores, todas as manhãs. Tudo que eu fazia era pra ver você sorrindo, com aquele jeito tão bobo, tão bonito, tão cheio de vida perto de mim.
Eu preciso sentir seu aroma de vida, de vontade, de garra do meu lado. Eu preciso planejar e realizar, eu preciso ter isso. Existir pela metade não faz sentido. Tudo que é “picado” nunca me agradou muito. Se for pra ser assim, por que tem que ser? Assim não dá, assim não deve.
Volta... Não me faz ser assim tão estúpida.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Permissão pra ir.

Quero casa, cobertor e filme. Quero cheiro de alho nas pontas dos dedos, quero macarrão alho e olho, milho, pimentão vermelho. Quero bagunça, risada, escorregões. Quero vida, novamente, continuando o que estava pausado. Quero sensações únicas, quero freio, nostalgia, falta, quando estiver longe. Mais quero acelerações fortes e variadas, quando estiver por perto ou em qualquer canto pro meu encanto. Quero medo, desejo, sabor, amor. Quero que se permita e me libere não só pra querer, mas para ter, fazer. Deixe-me nos permitir, seguir e ir.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Par.

Essa coisa de ser um só nunca me agradou muito. Ter que descer as escadas do cinema vendo as luzinhas verdes e com medo de cair porque não tem mão nenhuma pra firmar naquele escuro, sempre me broxou bastante. E quando chega alguma data comemorativa? Nem que seja o churrasco no dia de domingo na casa da tia, cadê você lá pra rir comigo dos meus parentes? E nos dias de formatura ou casamento, que as pessoas sempre vêem me perguntar se podem reservar dois convites além de um só pra mim?! Da vontade de falar: “Oi, querida, você ta vendo alguém do meu lado?”. Também tem aquela hora que minha mãe descasca uma laranja, cadê você pra pegar minha tampinha e sair correndo, porque sabe que é a parte que eu mais gosto? Pra dividir o fio do macarrão ou até mesmo pra tomar suco com dois canudinhos no copo?!
Cansei de ser um só, quero ser dois. Quero gastar dinheiro com presentes, quero cenas de ciúmes, quero ir pro lanchinho da esquina, só nós dois, conversar sobre o tempo ou sobre a alta do dólar. Quero dois ingressos pra entrar na formatura e poder falar assim: ''Aqui ó, somos dois, pode me dar os ingressos''. Quero que a tampa da minha laranja seja roubada. Quero tomar suco de laranja com acerola com dois canudinhos no copo. Quero dividir o ultimo Trident. Quero conchinhas no meio do colchão de casal. Quero que ensaboe minhas costas porque meus braços não alcançam. Quero ser algo que há muito tempo eu não sei o que é. Mas que quando era dois era contigo!

Quero ser par, seu par.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Existe tantas coisas.

São meus últimos minutos, meus últimos suspiros aqui. Você está longe demais, está numa distancia que eu não consigo nem enxergar. Mas o seu lugar não foi sempre aqui ao meu lado? Na minha sombra?
Aquela flor da esquina cheira você, mais só o seu cheiro não alimenta todo o meu eu.
O sol não existe mais, o dia passou a ser escuro e os pássaros não tem mais o seu canto, que me encatava nas manhãs bonitas.
Os meus braços suplicam por você. O meu coração precisa sentir o ritmo do nosso amor.
Eu não sinto mais aquela forte pulsação, todo aquele imenso colorido de borboletas delicadas que havia em mim ou então a gigantesca vontade de gritar ao mundo: "Eu sou a pessoa mais feliz e completa."
Há tanta dor, há tanta falta de sentir falta. Há pouco tempo. Há muita lagrima.
E não existem mais palavras!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Santo Dramin

Nunca temi ser só, nunca tive medo de nada, mais também nunca tinha sentido o que é ser só.
Foi ai que me deparei com a solidão na minha frente, sorrindo.
Ela foi gentil, quis fazer parte da minha vida, ser minha ''companheira''.
Mas será por que só ela quer fazer parte de mim? Sera por que só ela me admira tanto?
Tanta gente ai, querendo ser só, não ter com o que se preocupar, só com a sua solidão.
E lá vem ela, com toda a força entrando em mim, arromando meu orgulho, estragando meu eu.
Não perguntou nem se eu a aceitaria dentro de mim e já foi entrando. Como quem não quer nada, mais assumindo todos os meus instintos e anseios.
Ai a gente vira pro unico que a gente ainda tem esperança e pede pra Deus fica junto com a gente.
Mais nem ele, nem ninguém fica.

Eu sinto falta de sentir o mar nas minhas conxinhas tão bem feitas, sinto falta de dormir com o braço erguido e ele dormir porque nao ah sangue circulando, só no coração que não para de bombear de tanto amor e de tantas borboletas de cores variadas no seu estomago.

Mais é assim, nada que o Santo Dramin não faça.
E mais um dia, vamos dormir :*

sábado, 11 de setembro de 2010

Seu cheiro de rosa.

Sem nada, sem ter no que pensar, sem ter o que achar.
Minhas mãos procuram algo que eu nunca consegui tocar, meus pés tem medo de dar um passo a frente e nao haver chão.
Me deparei com a solidão batendo em minha porta e insistindo pra entrar, foi ai que eu cai. Eu cedi minha vida a ela, eu me entreguei de corpo e alma.
Eu achava que havia voce ainda, mais não, nem isso eu tinha mais.

Por muito tempo pensei que tudo que vivemos tinha sido uma mentira muito bem contada, mais mentira era o que eu achava.
Porque havia tanta pureza, tanto afeto naquilo tudo. Havia tanta paz. Paz aonde eu nao consigo encontrar em nenhum lugar, porque voce não está la.
O que eu sinto é doentio, é compulsivo/possessivo. Sempre precisa do seu cheiro de rosa por perto pra eu me alimentar.
Mas eu já estava seca, só a capa. Não estava sendo alimentada pela sua vontade de me ter, por seu amor. Sua vontade se apagou, de uma chama tão intensa até a brasa. E me doi saber que fui eu que causei e fiz isso tudo acontecer.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sr. Solitude.

Sabe quando você não só se sente sozinha, como está? Então, estou eu aqui, só!
Meu nome é Sozinho, ou melhor, Solidão. Sr Solidão, pensando bem, é mais digno ainda em francês, Sr. Solitude.
Sabe aquelas vontades repentinas assustadoras? Como desejo de grávida? Então, minha vontade é um cantinho pra mim. Quentinho, transbordando paz. Ou pode ser até amor. Mas normalmente amor não costuma trazer paz.
Vontade louca de uma conchinha desesperada, implorando aconchego, ou até falta de se sentir só.
Transbordar amor, sentir o coração apertado, ter vários seguimentos de calafrio no estomago e mão gelada? Sintoma de desespero, de sentir á falta que a falta de alguém faz. Socar o coração, até ele diminuir, porque você se olha no espelho e assusta com a quantidade de sangue que nele está bombeando. Por que ver isso tudo, te assusta, você não quer que ele bombeie assim. Não quer que ele tenha mais algum tipo de movimento, se quer sangue correndo.

Isso é se sentir só. Isso é tudo o que eu tenho em mim. Que no caso, não seria nada.

terça-feira, 16 de março de 2010

Nossas coisas.

Pensei em fazer esse texto todo sobre desamor, porque a maioria deles são sempre assim. Mais aí eu me lembrei literalmente daquele dia em que a gente fazia sexo em um lugar não muito convencional – mais não deixa de ser sexo - e eu ali, entre um orgasmo e outro, confessei (não sei se posso chamar de confissão ou de declaração, ou de coisa atoa) mais disse que queria algo mais. Resumindo, estava tentando de uma forma e outra sondar sobre a possibilidade, como diz a minha mãe, de dar um passo a frente no relacionamento.
Não tinha falado nada sobre isso antes, pois sempre tive medo de que estranhasse e tivesse medo do tamanho do meu amor. Queria falar que o pedido de noivado seria daqui uma semana, ou duas talvez. Mais o gemido que entrava no meu ouvido, só me fazia clamar pelo casamento e te dizer que queria ter a nossa casa, as nossas contas, a nossa vida. Mais ai vem você me dizendo que não entende.
Não entende o que?
O fato de eu não querer fazer sexo na cama dos outros? Não querer lembrar que aquela cama tem dono, e que eles moram ali e são um casal feliz? De me sentir menor que um grão de areia porque nós não podemos ter aquilo tudo? De querer te assumir ao mundo e ter uma vida a dois? Só nós?
Será que não podemos respeitar os limites uma da outra? Não podemos aceitar os não’s que tenham sentidos em nossas vidas?
Depois de toda essa rebeldia que passa pela minha cabeça, eu só queria ter espaço pra não ter que te explicar as coisas, mais sim você sentir o que se passa dentro da gente.
Eu tenho vontade de dormir na nossa cama, ter o nosso cobertor molhado de suor da noite passada. Nossos egos altos pra dizer ‘é, eu to te comendo, na nossa casa e na nossa cama’. E depois abrir a nossa geladeira, pegar uma cerveja e dormir junto com você. Sem ter preocupações com horários ou pessoas.
Não ache que eu gosto é do “bem material”, mais eu cansei de ter que ficar longe de você, ou só te ver três vezes por semana e transar o dia que tiver alguma casa disponível. Eu cansei de ter que acordar e olhar para o lado e não ver ninguém. Cansei de não poder ver você roubando a cena na minha família. Cansei de tudo que é longe de você. Até mesmo das irritações virtuais. Prefiro-as muito mais ao vivo, porque aí nós podemos falar mal e bater de frente. Mais sempre deixando acabar tudo em mais alguns orgasmos, pingos de suor, gemidos e cervejas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não sei porque.

Desde o dia que te conheci a frase 'não sei porque' tem andado comigo.
Quando você entrou por aquele portão do tal churrasco, que não sei porque não foi churrasco, eu pensei: "nao sei porque eu conheço ela de algum lugar". Logo você já veio dizendo que tinha sido expulsa de casa nao sei porque, e com aquela cara de antipatia que voce tem nao sei porque me fez vidrar em você, te olhar diferente e ficar completamente apaixonada por você.
Não sei porque alguem me disse que você queria ficar comigo, e eu, não sei porque, logo naquele momento precisa de você mais do que voce de mim. E entao eu realmente nao sei porque tive que contar até 10 pra tomar alguma atitude porque não sei porque você me travou, minhas pernas ficaram bambas, meu coração disparado, como se você tivesse uma força dentro do seu olhar que impedisse, mesmo sem querer, uma pessoa fragil como eu de te tocar. E você tem essa força até hoje!
E com um gesto de inxar o peito, eu tirei forças do meu 'querer você', me levantei e ainda tive forças o suficiente pra estender minha mão pra você sem dizer sequer alguma palavra, só esperando que você entendesse que aquela mão estendida estava quase implorando "por favor, vem ficar comigo pelo resto da minha vida". E você entendeu, e me deu a mão sem pensar duas vezes.
E não sei porque, naquela sala pra onde eu te levei sem muito esforço, eu pude sentir todo o calor existente no corpo de dois seres humanos, deixar o coração que já estava congelado, em chamas, beijos quase poéticos, toques quase em blues, e uma atração de carne quase faminta e sedenta, simplesmente por um pouco de amor.
E apartir dali, nao sei porque, eu já sabia quem era você, eu já sabia que você era a razão de me fazer voltar a acordar todos os dias e ver a luz do sol brilhar mais forte na minha pele, e ter denovo aquela vontade de cantarolar com os pássaros.
E o melhor de tudo é saber que eu sou retribuida por você, mesmo com o seu jeito de amar.
Você é tão cheia de defeitos, tão o oposto de mim! Você é antipática, tão irritante, nojentinha, chata, bipolar, grossa, seca, e isso é quase insuportável. Sua forma de amor é muito imprevisível, na mesma hora que você se derrama de amores por mim, e você me faz derreter quando diz eu te amo, noutra hora você diz pra eu me fuder. E eu sei que essa é a sua forma de amor. Só que eu não sei porque, eu aprendi a te amar assim, eu te amo assim e vou te amar assim pelo resto da minha vida, desde o momento em que eu estendi a mão aquela vez e você aceitou o meu pedido e veio comigo. E aquilo pra mim foi de uma imensidão de borboletas no meu estômago (essa frase é sua).
Nunca amei alguem assim, na verdade nunca amei quase ninguém, mas eu nunca precisei ficar suportando grosserias, até porque o meu jeito de ser é bem sensível, sensáto, educado, bem paciênte e bem calmo de ser. Só que chega uma hora que esse meu jeito é também insuportável, e eu vejo o quanto eu preciso de você pra me acordar e me mostrar que a calmaria demais faz mal a saúde meu bem.
Na verdade eu preciso de você 24 horas por dia, eu preciso olhar pro lado e te ver na minha frente a toda hora. Sem você por perto eu ando de um lado pelo outro na casa me sentindo entediada, como se você fosse a minha única distração, e é.
Eu só queria que esse nosso amor, e essa nossa forma de amar, que me completa tanto, durasse para sempre, mas é para sempre mesmo!
Porque eu não sei porque é com você que eu quero estar, é de você que eu preciso pra respirar o ar puro, porque quando voce nao está por perto eu só consigo respirar coisas tóxicas, é com você que eu quero continuar dormindo e passar frio a noite porque voce rouba o cobertor, e dormir de conchinha por pelo menos 10 minutos, porque a gente sempre muda de posição porque é meio desconfortável, e no meio da noite eu sentir você deitar no meu ombro e passar o braço por cima da minha barriga. É pra você que eu quero continuar ligando só pra falar 'bom dia amor, como você tá?', e depois te ligar denovo mais tarde e você dizer: "tô com sono, vou dormir, qualquer coisa me liga", mesmo eu sabendo que se eu ligar você nunca vai atender porque não gosta que interrompe o seu sono, é de voce que eu quero continuar chamando a atenção todas as vezes que você mastiga a boca, porque eu fico agonizada vendo você passar os dentes nos seus lábios, e não nos meus. E confesso, adoro enfiar o dedo dentro no seu ouvido só pra ver você nervosa dizendo que vai meter o bicudo em mim.
Que graça vai ter da vida quando eu não mais puder conviver com tudo isso e com voce? Por isso eu digo, eu morrerei por dentro quando ver você saindo por qualquer porta dizendo que não mais voltará, meu coração vai se destraçalhar, e tudo que um dia me construiu vai me destruir. Por isso que eu fecho todas as portas, concerto cada telhado seu, preguinho por preguinho, pra que você cumpra aquele pedido que eu fiz de "por favor, vem ficar comigo pelo resto da minha vida". Não sei porque, mas eu te amo tanto.



Por Ana Flávia Queiroz.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Teto.

Já vou avisando, hoje eu acordei com uma “bixa” dentro de mim. É tão bom quando o celular desperta as 6:30 e você tem aquele prazerzinho de colocar no “soneca” e cinco minutos depois ele tocar – que de fato, sempre são os melhores cinco minutos do dia – e você acordar falando bom dia pro sol.
E foi assim que mais um dia começou. Lindo, leve e... putz, passaram-se uma hora e eu parecia mais era uma velha mal comida, que não suportava o barulho da sua própria respiração e odiava quando seu marido vinha com aquele pinto caído e enrugado pra cima dela.
E mais uma vez meu teto sempre desabava depois de algumas horas, porém todo santo dia você vinha toda orgulhosa e com um baita sorriso e aquele andar malandro concertando ele, preguinho por preguinho até ficar perfeito, pela quadragésima vez.
E como de costume depois de todas essas cenas ocorridas eu penso comigo mesma se não vai ter um dia que você irá cansar de reconstruir meu telhado, as minhas paredes e toda a minha base estrutural.
Aí eu resolvi parar e dizer a mim mesma nesse instante que eu te amo... Mais não me pergunte muito sobre os detalhes dessa declaração (que não é uma declaração), porque nem eu entendo de onde veio esse amor. Que é crescente e ardente. Que me protege e te elege como se você fosse aqueles tumores benignos que nunca precisam ser retirados, porque ao invés de causar lesões fatais, ele só te ajuda a querer destruir propositalmente mais tetos só pra ver você construindo outros, infinitamente. Porque sem você, nenhum teto, nenhuma felicidade, nenhum prazer, é completo. Sem você fica tudo sem graça, você dá brilho às coisas, você dá amor a tudo que conquista.
E foi assim que aconteceu comigo, você passou perto de mim, me deu felicidade, prazer, brilho e o mais importante, amor.
E eu espero continuar assim, porque eu nunca senti nada igual na minha vida e eu te digo que isso não é um bleeef e nem uma declaração de amor. Mais eu continuo te dizendo que não há nada igual a você e nunca haverá. Mais isso continua não sendo uma declaração de amor!
Eu só te amo!