terça-feira, 16 de março de 2010

Nossas coisas.

Pensei em fazer esse texto todo sobre desamor, porque a maioria deles são sempre assim. Mais aí eu me lembrei literalmente daquele dia em que a gente fazia sexo em um lugar não muito convencional – mais não deixa de ser sexo - e eu ali, entre um orgasmo e outro, confessei (não sei se posso chamar de confissão ou de declaração, ou de coisa atoa) mais disse que queria algo mais. Resumindo, estava tentando de uma forma e outra sondar sobre a possibilidade, como diz a minha mãe, de dar um passo a frente no relacionamento.
Não tinha falado nada sobre isso antes, pois sempre tive medo de que estranhasse e tivesse medo do tamanho do meu amor. Queria falar que o pedido de noivado seria daqui uma semana, ou duas talvez. Mais o gemido que entrava no meu ouvido, só me fazia clamar pelo casamento e te dizer que queria ter a nossa casa, as nossas contas, a nossa vida. Mais ai vem você me dizendo que não entende.
Não entende o que?
O fato de eu não querer fazer sexo na cama dos outros? Não querer lembrar que aquela cama tem dono, e que eles moram ali e são um casal feliz? De me sentir menor que um grão de areia porque nós não podemos ter aquilo tudo? De querer te assumir ao mundo e ter uma vida a dois? Só nós?
Será que não podemos respeitar os limites uma da outra? Não podemos aceitar os não’s que tenham sentidos em nossas vidas?
Depois de toda essa rebeldia que passa pela minha cabeça, eu só queria ter espaço pra não ter que te explicar as coisas, mais sim você sentir o que se passa dentro da gente.
Eu tenho vontade de dormir na nossa cama, ter o nosso cobertor molhado de suor da noite passada. Nossos egos altos pra dizer ‘é, eu to te comendo, na nossa casa e na nossa cama’. E depois abrir a nossa geladeira, pegar uma cerveja e dormir junto com você. Sem ter preocupações com horários ou pessoas.
Não ache que eu gosto é do “bem material”, mais eu cansei de ter que ficar longe de você, ou só te ver três vezes por semana e transar o dia que tiver alguma casa disponível. Eu cansei de ter que acordar e olhar para o lado e não ver ninguém. Cansei de não poder ver você roubando a cena na minha família. Cansei de tudo que é longe de você. Até mesmo das irritações virtuais. Prefiro-as muito mais ao vivo, porque aí nós podemos falar mal e bater de frente. Mais sempre deixando acabar tudo em mais alguns orgasmos, pingos de suor, gemidos e cervejas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Não sei porque.

Desde o dia que te conheci a frase 'não sei porque' tem andado comigo.
Quando você entrou por aquele portão do tal churrasco, que não sei porque não foi churrasco, eu pensei: "nao sei porque eu conheço ela de algum lugar". Logo você já veio dizendo que tinha sido expulsa de casa nao sei porque, e com aquela cara de antipatia que voce tem nao sei porque me fez vidrar em você, te olhar diferente e ficar completamente apaixonada por você.
Não sei porque alguem me disse que você queria ficar comigo, e eu, não sei porque, logo naquele momento precisa de você mais do que voce de mim. E entao eu realmente nao sei porque tive que contar até 10 pra tomar alguma atitude porque não sei porque você me travou, minhas pernas ficaram bambas, meu coração disparado, como se você tivesse uma força dentro do seu olhar que impedisse, mesmo sem querer, uma pessoa fragil como eu de te tocar. E você tem essa força até hoje!
E com um gesto de inxar o peito, eu tirei forças do meu 'querer você', me levantei e ainda tive forças o suficiente pra estender minha mão pra você sem dizer sequer alguma palavra, só esperando que você entendesse que aquela mão estendida estava quase implorando "por favor, vem ficar comigo pelo resto da minha vida". E você entendeu, e me deu a mão sem pensar duas vezes.
E não sei porque, naquela sala pra onde eu te levei sem muito esforço, eu pude sentir todo o calor existente no corpo de dois seres humanos, deixar o coração que já estava congelado, em chamas, beijos quase poéticos, toques quase em blues, e uma atração de carne quase faminta e sedenta, simplesmente por um pouco de amor.
E apartir dali, nao sei porque, eu já sabia quem era você, eu já sabia que você era a razão de me fazer voltar a acordar todos os dias e ver a luz do sol brilhar mais forte na minha pele, e ter denovo aquela vontade de cantarolar com os pássaros.
E o melhor de tudo é saber que eu sou retribuida por você, mesmo com o seu jeito de amar.
Você é tão cheia de defeitos, tão o oposto de mim! Você é antipática, tão irritante, nojentinha, chata, bipolar, grossa, seca, e isso é quase insuportável. Sua forma de amor é muito imprevisível, na mesma hora que você se derrama de amores por mim, e você me faz derreter quando diz eu te amo, noutra hora você diz pra eu me fuder. E eu sei que essa é a sua forma de amor. Só que eu não sei porque, eu aprendi a te amar assim, eu te amo assim e vou te amar assim pelo resto da minha vida, desde o momento em que eu estendi a mão aquela vez e você aceitou o meu pedido e veio comigo. E aquilo pra mim foi de uma imensidão de borboletas no meu estômago (essa frase é sua).
Nunca amei alguem assim, na verdade nunca amei quase ninguém, mas eu nunca precisei ficar suportando grosserias, até porque o meu jeito de ser é bem sensível, sensáto, educado, bem paciênte e bem calmo de ser. Só que chega uma hora que esse meu jeito é também insuportável, e eu vejo o quanto eu preciso de você pra me acordar e me mostrar que a calmaria demais faz mal a saúde meu bem.
Na verdade eu preciso de você 24 horas por dia, eu preciso olhar pro lado e te ver na minha frente a toda hora. Sem você por perto eu ando de um lado pelo outro na casa me sentindo entediada, como se você fosse a minha única distração, e é.
Eu só queria que esse nosso amor, e essa nossa forma de amar, que me completa tanto, durasse para sempre, mas é para sempre mesmo!
Porque eu não sei porque é com você que eu quero estar, é de você que eu preciso pra respirar o ar puro, porque quando voce nao está por perto eu só consigo respirar coisas tóxicas, é com você que eu quero continuar dormindo e passar frio a noite porque voce rouba o cobertor, e dormir de conchinha por pelo menos 10 minutos, porque a gente sempre muda de posição porque é meio desconfortável, e no meio da noite eu sentir você deitar no meu ombro e passar o braço por cima da minha barriga. É pra você que eu quero continuar ligando só pra falar 'bom dia amor, como você tá?', e depois te ligar denovo mais tarde e você dizer: "tô com sono, vou dormir, qualquer coisa me liga", mesmo eu sabendo que se eu ligar você nunca vai atender porque não gosta que interrompe o seu sono, é de voce que eu quero continuar chamando a atenção todas as vezes que você mastiga a boca, porque eu fico agonizada vendo você passar os dentes nos seus lábios, e não nos meus. E confesso, adoro enfiar o dedo dentro no seu ouvido só pra ver você nervosa dizendo que vai meter o bicudo em mim.
Que graça vai ter da vida quando eu não mais puder conviver com tudo isso e com voce? Por isso eu digo, eu morrerei por dentro quando ver você saindo por qualquer porta dizendo que não mais voltará, meu coração vai se destraçalhar, e tudo que um dia me construiu vai me destruir. Por isso que eu fecho todas as portas, concerto cada telhado seu, preguinho por preguinho, pra que você cumpra aquele pedido que eu fiz de "por favor, vem ficar comigo pelo resto da minha vida". Não sei porque, mas eu te amo tanto.



Por Ana Flávia Queiroz.