segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O final é sempre o mesmo.

A vida é engraçada, quanto mais você espera das pessoas menos você vê. Hoje eu recebi um telegrama, era ele, me dizendo que iria a nossa casa buscar sua ultimas peças de roupas, aquelas que eu deixava do lado esquerdo da nossa cama, que eu deitava em cima todas as noites para me sentir protegida e até mesmo aliviada, pois eu sentia sua presença me envolvendo. Tudo bem que uma simples peça de roupa não consegue suprir sentimentos e vontades, mais eu me sentia tão bem ao lado daquela camisa preta de algodão e aquela calça que deixava ele tão sexy. Aí ele me ligou falando que estava na portaria com alguém, pedi ao seu Zé pra falar pra ele subir. Fui pro meu quarto esperá-lo e derrepente alguém bate na porta, foi quando eu acordei para ver o que estava acontecendo. A verdade era que nós não estávamos mais juntos e que ele não iria mais entrar na nossa casa - no caso minha agora - com aquelas sacolas de supermercado cheia de bobeirinhas pra nós comermos a noite toda vendo “Como se fosse a primeira vez” na cena que nós dois mais gostávamos – que ele canta pra ela uma musica linda - e além de gostar muito, logo depois disso a gente se amava ali mesmo na sala, ou até mesmo naquele sofá vermelho que ele nunca deixou eu jogar fora, porque tinha nosso cheiro. Mais voltando a real, eu abri a porta e ele disse:
- Oi
Eu disse: - Oi, entra.
Logo em seguida ela foi ao nosso antigo quarto - que ainda havia todas as nossas fotos coladas na parede – pegou suas roupas e disse mais uma vez: - Eu estou esquecendo algo?
Eu queria dizer, oi? Sim, ta esquecendo de mim, de me dar um abraço e dizer que me ama como fazia todos os dias antes de trabalhar me deixando enrolada na toalha e com cara de manha, ta me esquecendo porra, e até mesmo aquilo que nós construímos juntas e que todos que tentaram destruir não conseguiram mais sim você, conseguiu acabar com tudo.
Depois de pensar em dizer isso tudo e não dizer porcaria nenhuma, eu apenas abaixei a cabeça, e ele veio até mim, ergueu meu rosto sobre o dele e me deu um simples beijo na testa e saiu. Eu não sabia o que fazer e como reagir naquele momento, não sabia se corria atrás dele e dizia tudo o que eu realmente queria e sentia ou se eu o deixava ir.
Olhei pela sacada, ele estava entrando no seu carro novo, acompanhada de alguém que eu preferi não ver. Decidi ficar por ali mesmo, vendo o filme bem na nossa parte, deitada no sofá vermelho pensando em toda a nossa historia e sentindo aquele cheiro que ninguém iria conseguir tirar de mim.
Será que ninguém nunca vai querer algo sincero e amável? Amar e ter reciprocidade dói? Pois se doer eu quero sentir isso constantemente. Quero dormir com suspiros no pescoço, como fazíamos de segunda a segunda.

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